Vou começar a postar a partir de hoje, com uma frequência quinzenal bandas de rock nacionais novas e boas nesta página, contrariando aqueles que dizem que nada de produtivo tem surgido no atual cenário musical.
Antes de mais nada, evitando a polêmica, que pode ser gerada em torno do que este blogueiro considera rock`n` roll, já deixo claro que para mim o rock surgiu nos EUA como uma miscelânea de ritmos musicais típicos da cultura negra americana da época, que foram se misturando a outros gêneros musicais com o decorrer do tempo. Por isso, considero rock`n`roll no Brasil uma miscelânea da influência musical recebida do rock de países como EUA e Inglaterra, e das correntes musicais típicas de nossa música popular. Como exemplos de correntes efervescentes para mim do rock nacional, temos as experiências feitas pelo movimento Tropicalista com a união das guitarras elétricas dos Mutantes com os violões de Cetano, Gil e companhia, as misturas com diversos ritmos regionalistas como baião e sertanejo feitas por Raul Seixas, o rock nacional dos anos 80, que apesar de incorporar e imitar o rock inglês teve algumas caracteristicas de originalidade na criação de um sonoridade mais compatível com a língua portuguesa, e também o movimento Mangue Beat em Pernambuco nos anos 90. O que quero dizer com tudo isso é que as bandas postadas por mim aqui, serão bandas atuais que trabalham com as mais diversas misturas de ritmos oriundas de nosso mundo globalizado e cosmopolita, misturando tendências do passado com as mais modernas correntes musicais nunca esquecendo, a criatividade na assimilação de novos elementos estéticos enriquecedores do estilo. E antes de mais nada a caracteristica mais essencial do rock estará presente nestas bandas a "atitude".
Terminando as explicações vamos a primeira dica musical, que é o grupo paulista de Osasco, "O Teatro Mágico". O Teatro Mágico não é apenas uma banda, e sim uma trupe liderada pelo ator, músico e compositor Fernando Anitelli, o grupo mistura poesia, música, e circo em performances de palco de encher os olhos de seu público,do qual já tive o prazer de assistir numa de suas passagens por Porto Alegre no ano passado. E o mais interessante o grupo consegue lotar seus shows, com um público fiel que sabe as letras das músicas de cor, divulgando seus shows na internet sem o apelo da mídia e sem pagar jabás para suas músicas tocarem nas rádios. Orgulhosamente declaram-se como independentes e encabeçam o movimento que defende a música livre para baixar na internet, disponibilizam seus albúns e DVDs para baixar na rede, mesmo assim chegam a incrível marca de 190 mil CDs vendidos e o DVD chegando a 40 mil cópias.
A trupe iniciou seus trabalhos em 2003 como o CD "Entrada para raros", numa referência ao best-seller “O Lobo da Estepe”, do escritor alemão Hermann Hesse, após lançaram um DVD com o mesmo título. Em 2008 lançaram seu 2° CD "O segundo ato" e por último o DVD de "O segundo ato". Além da sua postura musical voltada para o compatilhamento de músicas, O Teatro Mágico tem uma postura política crítica com as mazelas sociais que atingem nossa sociedade, evidenciadas principalmente no seu 2° albúm que é mais urbano, músicas como "Cidadão de Papelão" e "O Mérito e o Monstro" evidenciam está postura tomada pela banda. Tudo isso é claro, sem deixar o lirismo poético e harmonia melódica, que permeiam a musicalidade da banda.
Pela atitude, pelo conteúdo das letras, pela politização, pela riqueza estética, por todos esses motivos e muitos outros que não citei aqui e deixo para você descobrir, vale a pena você pesquisar sobre a trupe e baixar suas músicas, aconselho a baixar os dois albúns inteiros que podem ser encontrados no site da Trama Virtual e Palco mp3. Acessem também o site oficial http://oteatromagico.mus.br/wordpress/blog/category/musicas/letras/
Vou postar abaixo um vídeo da música "A fé solúvel" do DVD Entrada para Raros, que ilustra um pouco do visual estético da trupe. 
